Justiça suspende audiência pública da ANTAQ sobre desestatização do Porto de São Sebastião

Justiça suspende audiência pública da ANTAQ sobre desestatização do Porto de São Sebastião

Porto de São Sebastião

Decisão do Juiz Federal Gustavo Catunda Mendes da 1ª Vara Federal de Caraguatatuba, nesta sexta-feira (04), suspende a audiência pública que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) pretendia realizar no modelo virtual na próxima segunda-feira (07), às 15h, sobre a concessão do Porto Organizado de São Sebastião (SP). 

A decisão também determina que o Ministério da Infraestrutura (MINFRA)  e a ANTAQ deem acesso, através de seus canais eletrônicos, a todos os interessados, às minutas jurídicas e documentos técnicos relativos à desestatização do porto.

A decisão judicial é comemorada por lideranças portuárias locais, que agradecem às duas advogadas (Jeanne Santos e Patrícia Lia Brentano) que atuam na ação contra a União Federal, proposta pela Federação Nacional dos Conferentes e Consertadores de Carga e Descarga, Vigias, Portuários, Trabalhadores de Bloco, Arrumadores e Amarradores de Navios nas Atividades Portuárias (FENCCOVIB), Federação Nacional dos Estivadores (FNE), Federação Nacional dos Portuários (FNP) e Sindicato dos Estivadores de São Sebastião.

Segundo consta nos autos, para os portuários a condução dos trabalhos sobre a desestatização está gerando desconfiança e receio de que o novo modelo de uma Autoridade Portuária privada proposto pelo Governo Federal prejudicará a região e a comunidade portuária de São Sebastião. "O processo deveria ser público e transparente para que a possibilidade de contribuição fosse legítima", defendem.

Outros argumentos são: que não foi feito estudo de viabilidade ambiental do novo modelo a ser implementado, que os fundamentos técnicos consubstanciados nos estudos não foram divulgados e que não foi prevista audiência pública com a comunidade portuária que será atingida pela nova modelagem. Além disso, afirmam que faltaram ajustes na documentação, que deveriam ter sido providenciados pelo MINFRA.

O Governo Federal tem defendido a concessão do porto sob a justificativa de que trará ganhos de produtividade quanto à gestão, à eficiência e à celeridade nas compras e contratações necessárias às operações.


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